sexta-feira, 29 de março de 2019

Dormir muito: 5 consequências para a saúde


Nós vivemos em um mundo onde tudo é uma questão de equilíbrio. Além disso, o nosso próprio universo é um delicado equilíbrio no qual tudo faz sentido e o que acontece tem causa e consequência. Nós somos um produto desse universo. Então, quando desrespeitamos o equilíbrio, causamos consequências negativas em nosso corpo e nossa mente. Por esse motivo, dormir muito pode ser tão negativo quanto a falta de sono de qualidade.

O sono é necessário porque recarrega o corpo, já que o descanso da fadiga diária é necessário. Mas não devemos abusar, pois tão negativo quanto não ter 7 horas diárias de sono é dormir mais de 10. Uma das pessoas que mais estudou esse fenômeno é Susan Redline, médica da Brigham and Women’s em Boston e professora da Universidade de Harvard.

Com base na pesquisa da Redline, junto com outras publicações e estudos, descobrimos que há uma concordância geral: pessoas que excedem 10 horas diárias de sono apresentam um pior estado de saúde do que aquelas com média de 7 ou 8 horas.

“Queria poder colocá-los entre parêntesis ou hiberná-los, não sei, colocá-los para dormir e não deixá-los acordar até novo aviso”.
-Javier Marías-

As consequências negativas de dormir muito
Desde que nascemos, nosso corpo se regula aos poucos para encontrar o equilíbrio perfeito. Ao nascer, um ser humano passa 20 horas por dia dormindo. Esse número vai se reduzindo até a adolescência, quando o máximo de 9 horas por dia marca o limite. A partir de então, recomenda-se entre 6 e 8 horas, não excedendo ou reduzindo esses valores para encontrar virtude e equilíbrio.

Bebezinho dormindo

O fato é que nosso corpo, sábio como poucos, nos pede algumas horas mínimas de sono, mas também máximas. Por quê? Porque ele só descansa realmente durante a fase de sono profundo e isso só é conseguido com um tempo específico de sono que não costuma exceder 8 horas por dia.

O problema com o sono prolongado que excede 9 horas por dia é que se torna um sono leve. Ou seja, não se atinge um estado profundo e constante. Dessa forma, pode-se dizer que o descanso é pior ou de má qualidade. E é por isso que é tão prejudicial quanto não chegar a 6 horas de sono por dia, por exemplo.

É importante levar a sério as advertências dos especialistas em relação à necessidade de não dormir demais. Os riscos para a saúde são realmente altos e podem colocar o nosso bem-estar em grave perigo.

Risco de sofrer doenças cardiovasculares
Dormir muito, assim como dormir mal, contribui para elevar o risco de doenças cardiovasculares que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são as principais causas de morte no mundo todo.

No entanto, dormir excessivamente não só pode causar doenças cardiovasculares, mas também aumenta a possibilidade de sofrer ataques cardíacos e doenças neurológicas e metabólicas.

Segundo as estatísticas da OMS, as mulheres tendem a dormir mais do que os homens, o que significa que são mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas cardíacos.

Alteração do metabolismo
Nós comentamos brevemente que o excesso de sono também pode alterar o metabolismo humano. O fato é que, se passarmos muito tempo dormindo, nosso corpo realiza muito menos exercício.

De acordo com estudos internacionais sobre o assunto, uma pessoa que dorme excessivamente corre o risco de desenvolver sobrepeso e obesidade. A falta de atividade física é determinante nesse sentido.

Desenvolvimento de diabetes
Dormir muito também pode ser determinante para o desenvolvimento da diabetes, assim como a falta de sono. Isso porque os níveis de açúcar tendem a aumentar. Uma elevação no nível de glicemia aumenta o risco de diabetes tipo 2.

Diabetes
Lentidão cerebral
Quando sofremos de sono prolongado crônico, nosso cérebro envelhece mais rápido. Esse fenômeno prematuro gera dificuldades para o desenvolvimento das atividades cotidianas, mesmo as mais simples.

A lentidão e o envelhecimento precoce se devem à falta de sono profundo quando dormimos muito. Como o indivíduo acorda constantemente durante a noite, o descanso é de má qualidade e o corpo não se restaura adequadamente.

Morte prematura
Por fim, nos concentramos no risco de morte prematura. Dormir em excesso aumenta os perigos de sofrer de diabetes e doenças cardiovasculares, duas causas de morte prematura que podem ser precedidas pelo sono excessivo.

Sem dúvida, o excesso é tão negativo quanto a falta de sono. Isso porque o sono é um ciclo biológico que tem um equilíbrio que deve ser respeitado. Se formos contra nossa biologia natural, na verdade estaremos prejudicando seriamente a nossa própria saúde.

  
© 2019 A mente é maravilhosa | Revista de opinião e entretenimento, sobre temas relacionados a psicologia, filosofia e arte.

Este conteúdo tem caráter informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a opinião de um profissional. Recomendamos que você consulte um especialista de confiança.

Aprenda a não contar muito com os outros


Uma ou outra hora, acabaremos nos decepcionando com alguém que pensávamos jamais ser capaz de dar o cano, de não cumprir o prometido, de nos deixar esperando. Muitas pessoas são assim mesmo, falam como se a palavra não tivesse valor algum e pouco sustentam o que afirmam com veemência. Para elas, o único compromisso que existe é com os próprios interesses.

Quem nunca ficou esperando inutilmente por horas um amigo chegar ao local combinado? Quem nunca ficou aguardando um telefonema de alguém que prometeu ligar? Quem nunca aguardou um retorno que nunca veio, uma mensagem que nunca chegou, uma visita que nunca aconteceu, uma ajuda que nunca apareceu? Infelizmente o que não se registra em cartório, hoje, parece ter validade nula.

não contar segredos

Nesse contexto, as pessoas que honram o que falam, que cumprem o prometido, que fazem de tudo para poder ajudar, acabam cada vez mais se frustrando com as pessoas, pois são obrigadas a encarar aquilo que jamais teriam coragem de fazer. É difícil para uma pessoa cuja palavra vale muito ter de conviver com quem não honra quase nada do que diz, com quem não cumpre nada daquilo que fica prometendo por aí.

É preciso aprender a contar menos com os outros, a não acreditar em tudo o que dizem, a não depositar muitas esperanças nas promessas alheias, porque muito do que tomamos como verdade foi dito da boca para fora tão somente. Não se trata de nos tornarmos descrentes com todos, ou de sermos egoístas, mas de uma técnica básica de sobrevivência em um mundo cada vez menos comprometido com honrar o que se diz ou se promete.

não contar seus planos

Sim, sempre poderemos contar com alguém, sempre haverá pessoas cujos atos são afins com seus discursos, mas serão poucos aqueles que estarão dispostos a cumprir com seu papel de amigo, de parceiro, de ser humano, enfim. Infelizmente a grande maioria dos indivíduos estará ocupada demais pensando em si mesma, vivendo o seu mundinho particular, correndo em volta do próprio egoísmo, dizendo o que queremos ouvir, porém, comportando-se como se ninguém além de si mesmo merecesse atenção.

  

  
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O perfil psicopata e a escala da maldade, segundo o Dr. Michael Stone


Michael Stone, psiquiatra forense e professor da Universidade de Columbia, é uma referência no conhecimento da “anatomia do mal”. Ele desenvolveu a escala da maldade, uma ferramenta tão curiosa quanto surpreendente. Esta escala é útil para avaliar os diferentes graus de agressividade ou os impulsos psicopatas, o lado mais obscuro que os seres humanos podem desenvolver.

Algumas pessoas definem a “escala da maldade” como uma descida ao inferno de Dante, onde cada círculo ou cada elo define uma série de pecados, atos cuja perversidade oscila entre aqueles que conseguimos justificar ou até entender, até aqueles que são simplesmente incompreensíveis.

“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas por aquelas que permitem a maldade”.
– Albert Einstein –

Antes de mais nada, podemos dizer que esta ferramenta, apesar de ter sido desenvolvida por um renomado psiquiatra forense, não tem valor clínico para julgar um criminoso. No entanto, o próprio médico e uma grande parte da comunidade científica argumentam que, com base na análise detalhada de mais de 600 crimes, o método é suficientemente rigoroso para ser utilizado para entendermos muito melhor a origem da violência e a própria chave do mal.

A escala da maldade
Talvez o ceticismo dos serviços jurídicos e da comunidade forense em relação a esta escala da maldade derive da sua própria origem. Entre 2006 e 2008, o canal americano Discovery exibiu um programa chamado “Most Evil”. Nele, o Dr. Stone analisava os perfis de vários assassinos, serial killers e psicopatas. Ele também examinou centenas de arquivos criminais, abordando os seus métodos e as motivações.

Da mesma forma, e através de diversas entrevistas realizadas com inúmeros criminosos na prisão, pôde mostrar ao público como e de que forma articulava a sua famosa ferramenta de classificação.

“A escala da maldade fascinou o público quase que instantaneamente. Essa escala contém 22 níveis diferentes onde cada tipo é analisado por variáveis ​​tão importantes como a educação, a genética, problemas neurológicos ou fatores ambientais que podem determinar esses atos violentos”.

Michael Stone e a escala da maldade
Vamos refletir um pouco. O que entendemos por maldade? O que acontece se um homem mata o outro em legítima defesa? O que acontece se uma mulher planeja meticulosamente o assassinato do seu agressor, da pessoa que abusou dela? Consideramos esses atos como reflexos da “maldade”? Existe algum “limite”?

Como já dissemos, existem fatos que são justificáveis, outros que podemos entender mas não justificar, e outros que são incompreensíveis.  Sabemos que todos nós podemos ser violentos e agressivos, mas existem nuances, existem graus, níveis, tendências e dinâmicas que o próprio Dr. Michael Stone definiu.

Os crimes de Charles Manson, Ted Bundy, Jeffrey Dahmer, John Wayne Gacy, Dennis Rader e outros assassinos do nível mais alto (22), são tão horríveis que a maioria das pessoas não hesita em classificá-los como “maus”, mas… todos pertencem à mesma categoria de “maldade”?

Assim, o que nos diferencia um do outro, o que coloca uma barreira entre o que é concebível ou não, é a nossa personalidade, parte da nossa genética, da nossa educação e do contexto social em que crescemos. Estes e outros fatores ajudaram Michael Stone a construir a sua escala da maldade com 22 níveis.

A anatomia do mal
Primeiro grupo: homicídio justificado
O nível 1 refere-se à legítima defesa. Neste caso, não há características de psicopatia e o próprio Dr. Stone concluiu que essas pessoas não têm nenhuma maldade.

Segundo grupo: maldade por ciúmes e ódio
Neste segundo grupo estão incluídos todos os perfis que cometem assassinatos por ciúmes, aqueles que são movidos pela vingança e que também são capazes de atuar como cúmplices, até o ponto de colaborar com um ato violento. Também podemos assinalar que, embora muitas dessas pessoas mostrem características narcisistas e um nível de agressão considerável, não apresentam características psicopatas. Vejamos a classificação em detalhes.

Nível 2: crimes passionais cometidos por pessoas imaturas ou egocêntricas.
Nível 3: cúmplices voluntários de assassinos. Um exemplo muito marcante desse nível é Leslie Van Houten. Esta mulher fazia parte da “família” de Charles Manson. Uma mulher que foi capaz de matar porque Manson ordenou que ela agisse assim.
Nível 4: são pessoas que matam em legítima defesa, mas que provocam a vítima ao extremo para que a agressão aconteça.
Nível 5: são pessoas traumatizadas (que sofreram abuso) e que, impulsionadas pela raiva, não hesitam em colocar em prática uma vingança efetiva.
Nível 6: assassinos impulsivos que se deixam levar por um ataque de raiva pontual descontrolada.
Nível 7: indivíduos extremamente narcisistas que matam por ciúmes ou paixão.
O perfil de um psicopata
Terceiro grupo: no limite da psicopatia
Existe um limite confuso, complexo e caótico, onde os especialistas têm grande dificuldade para diagnosticar o perfil psicopata. Neste terceiro grupo, estão incluídas todas as pessoas, todas as condutas violentas que, por si só, nem sempre mostram com clareza a personalidade psicopata (embora existam características específicas ou temporárias que a evidenciem).

Nível 8: pessoas com muita raiva reprimida e que matam em um acesso de fúria. São perfis que só precisam de uma pequena motivação ou de uma situação determinada para “explodir” e cometer um ato violento.
Nível 9: neste nível encontramos os amantes ciumentos que apresentam algumas características psicopatas.
Nível 10: aqui temos os clássicos “matadores”, pessoas que matam a sangue frio por dinheiro ou que são capazes de arrebatar vidas se elas atrapalharem os seus objetivos. São egocêntricas, mas não possuem uma personalidade psicopata.
Nível 11: neste nível, Michael Stone inclui os egocêntricos com características psicopatas mais definidas.
Nível 12: pessoas que matam quando se sentem encurraladas.
Nível 13: aqui temos os assassinos psicopatas violentos que matam por raiva.
Nível 14: são pessoas conspiradoras, maquiavélicas e egocêntricas que matam para obter um benefício.
Nível 15: esse nível inclui psicopatas que, em um ataque pontual de raiva, podem matar dezenas de pessoas a sangue frio. Um exemplo disso foi Charles Manson.
Nível 16: psicopatas que, além de matar, cometem atos cruéis.
Quarto grupo
Neste último grau da escala da maldade, sem dúvida, temos o último círculo de Dante. A maldade mais primitiva e atávica. Estamos falando de psicopatas incapazes de sentir remorso e para quem o objetivo do assassinato é o prazer que o próprio ato violento produz.

Nível 17: são assassinos em série com conotação sádica, fetichista e sexual. O estupro é a principal motivação, e a vítima é morta para esconder as evidências.  Um exemplo disso foi Ted Bundy.
Nível 18: assassinos que torturam e depois cometem o assassinato.
Nível 19: psicopatas que primeiro intimidam, perseguem provocando o terror nas suas vítimas, para depois cometer o crime.
Nível 20: assassinos psicóticos para quem a única motivação é a tortura.
Nível 21: psicopatas sádicos que torturam até o limite, mas não cometem assassinatos.
Nível 22: neste último nível da escala da maldade, temos os torturadores extremos e os assassinos psicopatas.
Ted Bundy
Esta viagem até as profundezas da maldade apresenta muitas nuances, de modo que, em alguns casos, não é fácil classificar um assassino ou uma pessoa violenta. Podemos concordar mais ou menos com isso, podemos reconhecer a utilidade da escala da maldade ou simplesmente vê-la como uma tentativa de classificar a maldade com afirmações sensacionalistas.

No entanto, o que podemos perceber a partir dessa escala é que compreendemos cada vez melhor a mente criminosa e temos melhores ferramentas para reconhecê-la. O que precisamos no momento é proporcionar mais mecanismos à nossa sociedade para evitar que esses atos violentos continuem acontecendo. Na maioria dos casos eles nascem da desigualdade social, da carência ou desenraizamento.

O que acontece na mente de um psicopata?  O que acontece na mente de um psicopata?
A palavra "psicopata" leva a nossa mente diretamente cara a cara com vários ícones da cultura moderna.
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Neurobiologia do psicopata: quando o cérebro perde a sua “humanidade”

A neurobiologia do psicopata nos diz que o cérebro dessas pessoas funciona de maneira diferente. Além da falta de empatia, existem outros fatores únicos que deixariam uma marca característica nesse 1% da população que, segundo os especialistas, poderia apresentar traços psicopáticos claramente significativos.

É possível que, no momento em que ouvimos a palavra psicopatia, nomes como Charles Manson ou Ted Bundy nos venham à mente imediatamente. Esse perfil psicológico é objeto de fascínio para muitas pessoas e, por essa razão, filmes e séries de televisão que giram em torno desse tipo de personagem tendem a despertar tanto interesse. A maldade, isto é, o reverso escuro do nosso ideal de humanidade, nos intriga tanto quanto nos aterroriza.

“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas por aquelas que permitem o mal”.
-Albert Einstein-

No entanto, há um aspecto que às vezes negligenciamos. Livros como ‘Você é um psicopata?’, do jornalista, pesquisador e especialista no assunto Jon Ronson, revelam que quase 4% dos CEOs das grandes empresas têm características de psicopatia. Com isso queremos dizer algo muito simples. A personalidade psicopata não se manifesta exclusivamente em um serial killer ou naqueles que induzem outros a matar (como fez Charles Manson).

Este perfil também dá forma a um certo número de pessoas com quem podemos interagir diariamente. Além disso, como o próprio Jon Ronson explica, nós vivemos em uma sociedade que (em certos casos) é orientada e estruturada a recompensar esse tipo de comportamento. Isto é, aqueles que manipulam, enganam e chegam ao poder violando as necessidades e os direitos dos outros.

No entanto, esta necessidade de dominação e agressão implícita ou explícita não aparece por acaso. Existem algumas bases biológicas por trás disso que precisamos conhecer.

Neurobiologia do psicopata
A neurobiologia do psicopata
Antes de investigar a neurobiologia do comportamento, é importante definir como é e como age uma pessoa com esse transtorno de personalidade. Assim, e de um modo geral, poderíamos fazê-lo da seguinte maneira: um psicopata é alguém que não pode ou não sabe amar (ele não tem essa capacidade). Ele é alguém que não tem empatia, que é habilidoso em manipular e um excelente estrategista em mentiras.

Eles também conhecem as habilidades de persuasão, muitas vezes têm um encanto muito característico e respondem de forma concreta em situações de ansiedade ou estresse: com frieza. Hoje temos, por exemplo, um instrumento muito válido para mensurar essa dimensão: o teste da Psicopatia segundo a Escala Hare. Esta ferramenta nos permite avaliar o grau de psicopatia em cada pessoa, sendo 40 a pontuação mais alta.

O neurocientista com o gene da psicopatia
Esses dados são interessantes. Sempre que se faz referência ao estudo da neurobiologia do psicopata, é quase obrigatório falar de um pesquisador. James Fallon, neurocientista da Universidade da Califórnia em Irvine, é um dos maiores especialistas em personalidade psicopata. Na verdade, ele é um conselheiro do Pentágono e uma referência no estudo da mente criminosa.

O curioso é que o Dr. Fallon tem em seu cérebro o “gene da psicopatia”. Ele e sua equipe passaram vários anos realizando diferentes testes de diagnóstico em um grande número de detentos, tentando encontrar os marcadores cerebrais que estão por trás desses tipos de distúrbios. A certa altura, os resultados foram tão perturbadores quanto reveladores: o cérebro do Dr. James Fallon não era muito diferente do cérebro dos presos diagnosticados com um distúrbio de personalidade psicopata.

Na verdade, esses dados não foram acidentais. Na árvore genealógica do Dr. Fallon, podemos identificar até 7 assassinos. Por exemplo, entre eles encontramos Lizzie Borden, uma mulher conhecida como a ‘assassina da machadinha’, que matou e esquartejou seus pais. Assim, esse famoso neurocientista e referência absoluta no campo da psicopatia personifica uma ideia. A neurobiologia do psicopata nos diz que o gene do mal existe, mas certos gatilhos devem ser acionados para que ele acabe se manifestando.

Vejamos uma série de dados que, sem dúvida, nos permitirão entender melhor essa ideia.

James Fallon
Um cérebro com menos massa cinzenta
Um estudo interessante realizado em 2012 no King’s College, em Londres, provou algo que o próprio Dr. Fallon já havia observado em 2006 em suas investigações com detentos. Ou seja, pessoas diagnosticadas com psicopatia têm uma menor espessura de massa cinzenta no córtex pré-frontal rostral anterior e nos lobos temporais.

O que isto significa? Essa anomalia que é, sem dúvida, o mais característico na neurobiologia do psicopata, revela a sua falta de empatia e a dificuldade em assumir algo tão importante quanto o sentimento de culpa.

Divertir-se com a dor alheia, mas não com a sua própria dor
Como já dissemos ao longo desse artigo, a personalidade psicopata é caracterizada sobretudo por um fator: a falta de empatia. No entanto, dentro da neurobiologia do psicopata, há uma pequena nuance: as pessoas com esse perfil têm empatia, mas apenas com a sua própria pessoa. Isso é algo que os especialistas puderam perceber em um estudo da Universidade de Cambridge publicado na Frontiers in Human Neuroscience em 2013.

Para este estudo, foram realizadas ressonâncias magnéticas em presos diagnosticados com esse transtorno de personalidade. Quando foram mostradas imagens com diferentes pessoas sentindo dor, os seus cérebros não reagiram. Isso só aconteceu no momento em que o pesquisador pediu que eles se imaginassem na mesma situação.

Agora, o mais impressionante veio depois. Os pesquisadores perceberam que, quando essas pessoas viam outras pessoas sofrendo e sentindo dor, aumentava a atividade cerebral no corpo estriado. Esta é uma parte muito interessante do cérebro humano, porque está relacionada com o processamento de recompensas, motivação, prazer e tomada de decisões.

Assim, essa atividade incomum nessa área demonstrou algo muito contundente: os psicopatas se divertem com a dor dos outros.

O gene da maldade existe?
Mais do que um gene para a “maldade”, o que existe são variantes genéticas que definem uma maior tendência à violência, como os genes CDH13 e MAOA. Os neurocientistas do Instituto Karolinska revelaram que todos nós podemos herdar esse tipo de variantes de nossos pais (se este for o caso); no entanto, nem todo mundo chega a manifestá-los.

Assim, e tomando como referência o neurocientista James Fallon, ele próprio tinha esse marcador além de outras alterações cerebrais detalhadas acima. Entretanto, além de certos comportamentos de risco e alguns problemas para o controle dos impulsos, o Dr. Fallon nunca mostrou mais traços psicopáticos. Talvez isso se deva a um fator: criação e educação.
Ele sempre teve uma família afetuosa e um ambiente que sabia como dirigi-lo corretamente. Nunca lhe faltou carinho, orientações claras de comportamento e um cenário empático, onde nunca experimentou qualquer carência ou trauma.
Conexões neuronais
A neurobiologia do psicopata nos mostra que essa condição geralmente surge como um transtorno pontual do desenvolvimento. Às vezes a falta de apego, um trauma na primeira infância ou qualquer situação de estresse e angústia na criança gera uma série de alterações bioquímicas que determinam uma mudança progressiva no cérebro e no comportamento.

O ambiente, a criação e a educação são tudo. A genética nos afeta, não há dúvida, mas não nos determina 100%. Além disso, vale ressaltar algo que antropólogos e psicólogos apontam: a violência e o comportamento psicopático estão diminuindo.

Há três séculos, o comportamento violento e agressivo definia boa parte da nossa sociedade. Atualmente, esse comportamento está em declínio, embora se recuse a desaparecer: 1% da nossa população continua apresentando o traço da psicopatia.

O perfil psicopata e a escala da maldade, segundo o Dr. Michael Stone  O perfil psicopata e a escala da maldade, segundo o Dr. Michael Stone
Michael Stone, psiquiatra forense, é uma referência no conhecimento da "anatomia do mal". Ele desenvolveu a escala da maldade.

Uma lesão ou anomalia cerebral pode nos transformar em pessoas más?


Uma anomalia cerebral pode nos transformar em pessoas más? Para muitos especialistas, pode haver uma predisposição. No entanto, um psicopata, por exemplo, sabe muito bem o que está fazendo em todos os momentos. Muitos disseram que Patrick Nogueira, o assassino que matou e esquartejou seus tios e primos em um chalé em Pioz, Espanha, tinha capacidades cognitivas e volitivas limitadas devido a uma anomalia cerebral. No entanto, o júri foi unânime. Entendeu que, como psicopata, ele sabia muito bem em todos os momentos o que estava fazendo, que havia uma clara intencionalidade e crueldade em suas ações. Este veredito, assim como a transcendência desta história marcada pela violência mais extrema, mais uma vez despertou o antagonismo na comunidade científica e criminológica. Uma lesão ou anomalia cerebral pode nos transformar em psicopatas capazes de matar? A maldade humana é explicada apenas em termos biológicos?

Cabe destacar que esta foi a primeira vez em que testes de neuroimagem foram apresentados para justificar um ato criminoso na Espanha. No entanto, os Estados Unidos há anos vêm avaliando estudos de medicina nuclear para

explicar por que alguns criminosos têm uma capacidade de autocontrole limitada. Com isso, é possível decidir se a pessoa deve cumprir a sentença em um hospital psiquiátrico ou em uma prisão.

A Associação Americana de Juízes, por exemplo, vem aceitando esses estudos há mais de 27 anos. O mais famoso foi, sem dúvida, o de Herbert Weinstein, acusado em 1992 de estrangular sua esposa e jogá-la de uma sacada. Os juízes, depois de verem as imagens cerebrais, entenderam que a presença de um cisto na membrana aracnoide poderia ter sido um fator importante na explicação dos motivos do crime.

No entanto, muitos psicólogos colocam o foco em um fato específico: os psicopatas não são simples pacientes mentais. Um psicopata sabe muito bem o que é errado e o que é certo.
A anomalia cerebral e os atos violentos: o que a neurociência diz
O assassino de Pioz passou por vários testes neurológicos. O PET, por exemplo, mostrou que o jovem teve baixa atividade neuronal em várias áreas do lobo temporal direito do cérebro. De acordo com

o próprio Patrick Nogueira, foi devido a um golpe que atingiu sua cabeça quando ele era adolescente. Ele também disse no julgamento que bebia álcool desde os 10 anos de idade e que sofreu bullying na escola.

Os psiquiatras indicaram que essa atrofia cerebral poderia ser um claro marcador de psicopatia e, como tal, o dano neurológico teve claras repercussões comportamentais. Estudos como os realizados pelos médicos Adrian Raine e Monte Buchsbaum, em 1997, já estabeleciam tais correlações entre uma anomalia cerebral e os consequentes atos violentos.

O caso Phineas
Um dos casos mais famosos da história da medicina é, sem dúvida, o de Phineas Gage
Em 13 de setembro de 1848, Gage fazia parte de uma equipe que estava construindo uma ferrovia para a empresa Rutland & Burlington, em Vermont.

Em um dado momento, a detonação de uma rocha foi realizada. O azar quis que, na explosão, uma barra de ferro de mais de um metro de comprimento se desprendesse e acabasse presa no crânio de Phineas Gage. Essa barra entrou no lado esquerdo de sua cabeça, passando por trás do olho e saindo do lado esquerdo de sua bochecha.
Ele não perdeu a consciência em nenhum momento. Falava e se movia normalmente. Foi levado ao consultório do Dr. John Martin Harlow, que depois de remover a barra de ferro e colocá-lo sob observação, descreveu aquele caso incrível.
Phineas Gage retornou à vida normal dois meses depois. Aparentemente, além da perda de um olho, não parecia ter mais sequelas.
Dizemos aparentemente porque o Dr. Harlow se preocupou em acompanhar esse caso por mais de 20 anos, descobrindo que o jovem Gage, psicologicamente, não era mais o mesmo. Ele se tornou agressivo, impulsivo, imoral e irresponsável (termos escolhidos pelo próprio médico).
Era outra pessoa. Foi de trabalho em trabalho e até fez parte de um circo. Até que finalmente, completados 38 anos, ele morreu. As crises epilépticas sofridas em seus últimos anos foram muito intensas.
Antonio Damasio, famoso neurologista, é um dos especialistas que mais se aprofundaram no caso Gage e na análise de seu crânio. Ele determinou que a lesão do lobo frontal podia alterar sua personalidade, emoções e capacidade de interagir socialmente.
O impacto da anomalia cerebral no comportamento de acordo com a psicologia
Muitas vozes dentro da ciência da psicologia admitem, até certo ponto, a relevância do impacto da anomalia do cérebro no comportamento humano. Isto é, pode haver uma predisposição para certos comportamentos, mas não uma determinação absoluta.

Ou seja, assim como explica o psicólogo e criminologista Vicente Garrido, uma atrofia ou lesão em um lobo cerebral não faz de alguém um sujeito “programado” para matar. Uma imagem do cérebro, por exemplo, não é um raio-x de um pensamento, nem nos diz o que essa pessoa fez ou pode fazer.

Existem diversos fatores e condicionantes. Além disso, quando falamos de psicopatia, deve-se notar que apenas uma pequena

proporção deles comete assassinatos. E a razão para isso é óbvia: eles podem escolher entre fazer o mal ou não.

O caso James Fallon
Um dos casos mais interessantes do estudo da neurobiologia do psicopata é o de James Fallon. Este neurocientista da Universidade da Califórnia em Irvine é um dos principais especialistas em personalidade psicopata. Portanto, não estamos diante de nenhum assassino ou qualquer pessoa que tenha cometido algum ato violento.

No entanto, o Dr. Fallon apresenta uma peculiaridade. Tem em seu cérebro o gene da psicopatia e uma alteração anatômica que corresponde 100% com esse tipo de personalidade. Além disso, em sua árvore genealógica há 7 assassinos, sendo um deles Lizzie Borden, uma mulher que assassinou e esquartejou sua família.

James Fallon
Até hoje, James Fallon leva uma vida normal, não cometeu atos criminosos, é uma das maiores referências no estudo da psicopatia e faz palestras em todo o mundo explicando seu caso. Que conclusão podemos tirar, portanto, sobre esse assunto? Uma alteração cerebral pode nos transformar em psicopatas? Pode nos levar a cometer atos violentos como o perpetrado pelo assassino de Pioz? A resposta ainda é delicada nos dias de hoje.

No entanto, não se pode negar que uma singularidade cerebral pode adicionar uma “certa” predisposição a determinados comportamentos, mas não pode nos levar diretamente ao universo do mal mais atroz.

quarta-feira, 20 de março de 2019

O tempo não volta

Quantas vezes você estava com alguém e sua cabeça não estava ali?
Quantas vezes também, no momento em que não pôde senti-loem seus braços, sentiu sua falta?

Você já parou para pensar no que machuca mais;
Fazer algo e desejar que não tivesse feito, ou Não fazer e desejar que tivesse feito?

Só você pode decidir.
A responsabilidade é muito grande.
Você já teve medo de começar um relacionamento e não ser a hora, ou a pessoa certa?
Seu coração não escolhe quem amar.

Ele faz por conta própria, quando você menos espera, ou mesmo quando você não quer.
Quantas vezes você deixou passar momentos importantes que não voltam mais?
Não tem aquela música que você não gosta de ouvir porque lembra algo que você fez enquanto ela tocava há algum tempo atrás?
Ou lembra alguém que você quer esquecer e não consegue?

Quantas vezes você quis esquecer uma história ou alguém, que permaneceu na sua cabeça por um longo tempo, que te deixou triste, e mesmo assim ele não saía?
Você já se sentiu sozinho mesmo cercado de um monte de pessoas?
Ou já beijou alguém que fez a multidão sumir?

Você já passou um dia sentindo muitas saudades do que viveu?
Você já viveu uma situação tão boa e feliz que até deu medo de tudo ser muito passageiro?

Alguma vez você sofreu por alguém e essa pessoa nem se deu conta disso, ou simplesmente não fez nada pra consertar?
Alguma vez você passou por cima do seu orgulho pra correr atrás do que queria?
Quantas vezes uma pessoa a quem você não dava nada, foi a primeira a te ajudar?
Quantas vezes aquela que você mais esperava gratidão, te deu as costas e te decepcionou sem você nunca saber o porquê?

Você já se achou bobo, ridículo, por insistir em algo que não valia a pena?
Teve algum dia que você acabou ficando com alguém apenas para não ficar sozinho?
Você já passou por um dia em que tudo deu errado, mas no final aconteceu algo maravilhoso?
E também já aconteceu algo em que tudo deu certo, exceto pelo final que estragou o que parecia perfeito?

Você já chorou porque lembrou de alguém que amava e não pode viver intensamente isso com essa pessoa?
Você já re-encontrou um grande amor do passado e viu que ele mudou e que tudo também faz outro sentido pra você?

Para essas perguntas existem muitas respostas. Mas o importante sobre elas não é a resposta em si, e sim o que sentimos em cada uma dessas situações.

O sentimento e as lembranças que ficam de cada história.

Todos nós erramos... Julgamos mal... Somos bons e somos cruéis... Amamos. Sofremos...

Tivemos momentos alegres e outros às vezes mais tristes.
E todos, um dia não tiveram coragem ou ousadia - e hoje se arrependem – ou se arrependerão,ou não.

Vocês todos já fizeram uma coisa quando o coração mandava fazer outra?
Então qual a moral disso tudo?
Vá à luta! .
Antes que seja tarde, siga.

Não continue pensando nas suas fraquezas e erros. Quem manda na nossa vida somos nós. A única pessoa que pode mudar você é você mesma.
Os outros são meros coadjuvantes.
Persiga a sua felicidade.

Daqui por diante faça um acordo consigo mesmo, e lute bravamente contra os velhos paradigmas!
Não abaixe a cabeça!
Não deite com mágoas no coração e dúvidas na razão.
Não durma sem ao menos fazer uma pessoa feliz, e comece com você mesmo!

E, por mais que sinta falta das pessoas que passaram pela sua vida, lembre-se:
Se foram embora foi porque quiseram, mesmo sendo pessoas especiais, não mereceram seu carinho – sua dedicação – seu amor – sua ternura – sua meiguice, apenas passaram pela sua vida, como uma nuvem.

Coloque na sua cabeça, que você não mereceu aquela pessoa .
Façam tudo hoje, pois, a única coisa que deixarás aqui, será a lembrança das coisas boas e ótimas que fizestes!

O amanhã é incerto demais.
Só vivemos uma vez e temos um tempo muito curto para colher os louros de uma felicidade que não sabemos onde está.

Quando aparecer uma oportunidade, segure-a, pois, O TEMPO NÃO VOLTA!

sábado, 16 de março de 2019

DE UMA PROFESSORA AO OUVIR OS ALUNOS SOBRE A TRAGÉDIA EM SUZANO-SP

"Ontem ás 13h30m quando entrei na sala de aula, os alunos estavam eufóricos comentado sobre a tragédia de Suzano, eu como professora de história resolvi deixá-los debater sobre o assunto, até que Victor, um menino de 10 anos me perguntou:- Professora e quem matou o menino que atirou?- todos já responderam:- Ele se matou!.
Victor se levanta e diz:- Quando minha mãe briga com meu pai, eles ficam dias sem se falar e quando eles ficam de bem de novo, ela sempre fala “você me mata toda vez que para de falar comigo”. Acho que ele matou todos e se matou porque ninguém queria conversar com ele!
Todos ficaram em silêncio! Eu me levantei e fui ao banheiro e chorei como uma criança! Ontem depois de 15 anos dando aula, eu aprendi com Victor de 10 anos o que é ser humano e que nós matamos uns aos outros dia após dia!
Cheguei em casa abracei meu marido e filhos, liguei para um irmão que não nos falávamos por 10 anos, e o chamei para vir a minha casa no final de semana. Liguei para minha mãe, minha sogra, para alguns primos e marquei uma reunião, para que todos conversassem uns com os outros. Liguei para alguns amigos para saber como eles estavam!
Agora vim ensinar o que o Victor me ensinou ontem; Não matem as pessoas!
Conversem, cuide um dos outros, cuide da sua família! Nós temos o poder de causar mal ao outro e não nos damos conta disso. Achamos que viver em guerra é melhor, que deixar nossa família é correto, batemos no peito que somos melhores do que fulano e ciclano, só porque nossas atitudes são diferentes, falamos mal uns dos outros, postamos indiretas para nos sentirmos superior, quando na verdade estamos matando o outro pouco a pouco. Ensinem seus filhos a amar as pessoas, não ensinem ódio, não ensinem eles a machucar as pessoas! Conversem, conversem e se cuidem!"

Professora Anita Bezerra

sexta-feira, 15 de março de 2019

lugar de atuação do enfermeiro

De acordo com a lei 7.498, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem, há diferenças claras entre cada profissional. Além de formações acadêmicas, eles têm atuações distintas dentro de unidades de saúde, sendo o enfermeiro o que tem competências mais abrangentes, seguido pelo técnico. Já o auxiliar, realiza funções de menor complexidade.
“Todas as categorias têm competências distintas, mas todas estão voltadas para o cuidar em enfermagem.
Link da LEI No 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986.

Mão-pé-Boca

 Nos últimos dias, percebo um pipoco nos casos de Doença mão-pé-boca. Pense numa doencinha chata, aperreio das famílias, dos pediatras e ain...