O terrível significado da tatuagem "Amor de Mãe", cravada nos corpos de presidiários brasileiros até o final dos anos 90.
Corpo de presidiário tatuado com a frase "Amor de Mãe"
A tatuagem é uma forma de comunicação muito importante no mundo do crime, principalmente nos presídios , onde é necessário, por conta do ambiente hostil, compreender bem rapidamente quem é o outro. Portanto, essas marcas nos corpos servem de fonte de informações que revelam a área de atuação do criminoso e sua periculosidade.
Faca na caveira, palhaços, carpas e uma série de outros desenhos transformam os corpos dos prisioneiros em cartões de visitas sinistros.
Durante quase 100 anos, as tatuagens de cadeia garantiram parte importante da convivência dentro do sistema penitenciário. Já que ao entrar, você já poderia saber com quem andar e fazer conchavos, apenas analisando os desenhos.
Porém, as tatuagens não mostravam apenas os méritos criminosos , mas também identificavam os párias do sistema, gente que bandido tinha carta branca para tratar mal e esculachar. É o caso da famosa gravura com a frase "Amor de Mãe", que geralmente , feita a força, identificava estupradores ou autores de outros crimes sexuais, tipos de criminosos que quando reconhecidos dentro da prisão eram violentados sexualmente por outros detentos. Geralmente, logo no primeiro dia de cela, na primeira violaçao, o estuprador era tatuado com a frase e essa marca permitia que qualquer presidiário pudesse abusar e violentá-lo sexualmente a qualquer momento. Se caso o estuprador arrumasse alguém para protegê-lo poderia tatuar o nome de seu protetor, que se fosse poderoso, evitaria novas violações.
Durante muito tempo essa foi a tatuagem mais terrível que alguém poderia ostentar dentro de uma penitenciária.
No final dos anos 90, as facções criminosas proibiram o estupro dentro dos presídios e os criminosos sexuais não circulam mais entre os presos "comuns".
Atualmente as instituições, desde os primeiros dias, enviam os criminosos sexuais para o seguro, ou setor amarelo, lugar onde ficam detentos ameaçados de morte.
Texto - Joel Paviotti
Referências - José Ricardo Ramalho - O Mundo do Crime a Ordem pelo Avesso
Museu do Crime da Polícia Civil
O Prisioneiro da Grade de Ferro - Percival de Souza
segunda-feira, 29 de julho de 2019
O crime da mala em 1928
Conheça a história do "Crime da Mala", o terrível delito de violência doméstica que chocou o Brasil, em 1928.
O terrível crime que chocou a sociedade brasileira durante o anos 20 e que fomentou as primeiras leis de proteção à mulher.
Giuseppe Pistone e Maria Fea(sua esposa) eram dois imigrantes de origem Italiana, o casal residia em São Paulo e tentava a vida na cidade, que até os anos 30, ainda não era a grande metrópole que conhecemos hoje.
Trabalhando na casa de salames e vinhos de seu primo Franceso Pistone, em São Paulo, Giuseppe recebe deste uma proposta de sociedade. Sem o capital necessário para concluir o negócio, escreve um telegrama à sua mãe Marcelina Baeri, na Itália, pedindo um valor equivalente a 150,000 contos de réis, parte de uma herança deixada por seu pa, Marcelina considerava o filho alguém sem juízo, e se recusou a enviar o dinheiro. Diante da recusa da mãe, e mesmo sem ter como pagar a parte na sociedae, Giuseppe aceita a proposta do primo, pretendendo mais tarde extorqui-lo, através de chantagens, inventando que o parente tinha uma amante.
A esposa de Giuseppe, Maria Fea, descobre os planos do marido e resolve escrever à Sogra contando toda a verdade. Pistone, que já batera na cônjuge inúmeras vezes, descobre as intenções da esposa; eles brigam, e ele a sufoca com um travesseiro. Desesperado ao ver que havia matado a mulher, cortou os pés e o pescoço de Maria e colocou o corpo dentro de uma mala. A partir de documentação falsa, enviou o corpo como bagagem em um navio, com destino a França.
No dia 7 de outubro de 1928 a mala é içada a bordo de um navio, então atracado no Porto de Santos. A bagagem, ao ser descarregada, sofre um pequeno impacto, que abre uma fresta na parte inferior e revela um forte mal cheiro. A mala então é aberta, e o cadáver, em avançado estado de decomposição, descoberto. Junto ao corpo, além de algumas roupas da própria vítima e a navalha utilizada no delito, estava um feto de uma menina, com aproximadamente seis meses de gestação.
O crime da mala mexeu com o imaginário popular em São Paulo, foi tema dos principais jornais brasileiros e alcançou fama mundial. Com a repercussão, o governo da época decretou ordens explicitas para que as delegacias dispendessem prioridade aos casos de violência doméstica e seus desdobramentos, práticas até então impensáveis.
Até hoje, quase 90 anos depois do crime, a história ainda arrepia a espinha de muita gente.
Texto - Joel Paviotti
Refrências - Nos comentários
O terrível crime que chocou a sociedade brasileira durante o anos 20 e que fomentou as primeiras leis de proteção à mulher.
Giuseppe Pistone e Maria Fea(sua esposa) eram dois imigrantes de origem Italiana, o casal residia em São Paulo e tentava a vida na cidade, que até os anos 30, ainda não era a grande metrópole que conhecemos hoje.
Trabalhando na casa de salames e vinhos de seu primo Franceso Pistone, em São Paulo, Giuseppe recebe deste uma proposta de sociedade. Sem o capital necessário para concluir o negócio, escreve um telegrama à sua mãe Marcelina Baeri, na Itália, pedindo um valor equivalente a 150,000 contos de réis, parte de uma herança deixada por seu pa, Marcelina considerava o filho alguém sem juízo, e se recusou a enviar o dinheiro. Diante da recusa da mãe, e mesmo sem ter como pagar a parte na sociedae, Giuseppe aceita a proposta do primo, pretendendo mais tarde extorqui-lo, através de chantagens, inventando que o parente tinha uma amante.
A esposa de Giuseppe, Maria Fea, descobre os planos do marido e resolve escrever à Sogra contando toda a verdade. Pistone, que já batera na cônjuge inúmeras vezes, descobre as intenções da esposa; eles brigam, e ele a sufoca com um travesseiro. Desesperado ao ver que havia matado a mulher, cortou os pés e o pescoço de Maria e colocou o corpo dentro de uma mala. A partir de documentação falsa, enviou o corpo como bagagem em um navio, com destino a França.
No dia 7 de outubro de 1928 a mala é içada a bordo de um navio, então atracado no Porto de Santos. A bagagem, ao ser descarregada, sofre um pequeno impacto, que abre uma fresta na parte inferior e revela um forte mal cheiro. A mala então é aberta, e o cadáver, em avançado estado de decomposição, descoberto. Junto ao corpo, além de algumas roupas da própria vítima e a navalha utilizada no delito, estava um feto de uma menina, com aproximadamente seis meses de gestação.
O crime da mala mexeu com o imaginário popular em São Paulo, foi tema dos principais jornais brasileiros e alcançou fama mundial. Com a repercussão, o governo da época decretou ordens explicitas para que as delegacias dispendessem prioridade aos casos de violência doméstica e seus desdobramentos, práticas até então impensáveis.
Até hoje, quase 90 anos depois do crime, a história ainda arrepia a espinha de muita gente.
Texto - Joel Paviotti
Refrências - Nos comentários
Vivien Thomas um dos principais nomes da cirurgia cardíaca
Esse é Vivien Thomas
, um dos principais nomes da história da cirurgia cardíaca. Mesmo com pouco estudo formal, e nunca tendo pisado num curso de medicina, Thomas foi decisivo para o desenvolvimento de instrumentos e tratamentos de doenças do coração. Ele se notabilizou por ser um dos desenvolvedores do tratamento cardíaco para a "síndrome do bebê azul".
Vivien era filho de pessoas escravizadas e até os 18 anos realizava trabalho de carpintaria. Nessa profissão inventou vários instrumentos para o melhor corte da madeira. Após anos esculpindo madeira , arrumou um emprego de zelador no laboratório do Dr. Alfred Blalock, fez amizade com o médico e começou, nas horas de folga, a observar as experiências do chefe com a dissecação de corpos de animais. Em pouco tempo, Vivien estava auxiliando Dr Blalock em pequenas cirurgias e experiências laboratoriais, junto ao pesquisador criou instrumentos que proporcionavam melhores cortes, virou braço direito do chefe e começou a juntar dinheiro para cursar medicina. Durante a crise de 1929, viu o banco onde guardou toda sua poupança falir, Thomas ficou sem dinheiro.
Ajudado pelo patrão conseguiu um emprego de auxiliar de cirurgia cardíaca no famoso "Hospital Hopkins", mas sofreu grande preconceito dos médicos do local, visto que a classe era formada por maioria absoluta branca. Por ser negro foi contratado como faxineiro, mas como era um habilidoso cirurgião se colocou a frente de algumas cirurgias e era constantemente consultado por alunos que faziam residência no hospital, nas horas vagas ficava na biblioteca do Hospital pesquisando os atlas do corpo humano e cardiologia.
Mas o brilho de Vivien tomou uma luz mais forte quando junto ao seu companheiro Dr Blalock realizaram a primeira cirurgia em um paciente com "síndrome do bebê azul", Vivien não pôde encostar no paciente durante a cirurgia, mas em cima de um banquinho dava instruções para outros médicos participantes que ali operavam, o procedimento foi um sucesso. Em um período que o coração era um órgão quase intocável pela medicina, a dupla conseguiu avanços significativos na cirurgia para a correção daTetralogia de Fallot, que matava muitos bebês anualmente.
Após a morte de Blalock em 1964, Vivien permaneceu no hospital por mais 15 anos, ainda com registro de faxineiro.Somente em 1976, Vivien foi condecorado com um título de Doutor Honorário.
No entanto, por não possuir graduação em medicina, recebeu um título de Doutor em Direito. O Cirurgião também foi nomeado para o corpo docente da Johns Hopkins Medical School como Instrutor de Cirurgia. Por falta de condições econômicas nunca se formou em medicina, mas se construiu como um dos principais nomes da história da cardiologia.
#pracegover foto em preto e branco mostra Vivien Thomas (homem negro) usando camisa branca e avental, encostado em um balcão , dentro de uma sala de cirurgia.
Texto - Joel Paviotti
Referências - nos comentários
, um dos principais nomes da história da cirurgia cardíaca. Mesmo com pouco estudo formal, e nunca tendo pisado num curso de medicina, Thomas foi decisivo para o desenvolvimento de instrumentos e tratamentos de doenças do coração. Ele se notabilizou por ser um dos desenvolvedores do tratamento cardíaco para a "síndrome do bebê azul".
Vivien era filho de pessoas escravizadas e até os 18 anos realizava trabalho de carpintaria. Nessa profissão inventou vários instrumentos para o melhor corte da madeira. Após anos esculpindo madeira , arrumou um emprego de zelador no laboratório do Dr. Alfred Blalock, fez amizade com o médico e começou, nas horas de folga, a observar as experiências do chefe com a dissecação de corpos de animais. Em pouco tempo, Vivien estava auxiliando Dr Blalock em pequenas cirurgias e experiências laboratoriais, junto ao pesquisador criou instrumentos que proporcionavam melhores cortes, virou braço direito do chefe e começou a juntar dinheiro para cursar medicina. Durante a crise de 1929, viu o banco onde guardou toda sua poupança falir, Thomas ficou sem dinheiro.
Ajudado pelo patrão conseguiu um emprego de auxiliar de cirurgia cardíaca no famoso "Hospital Hopkins", mas sofreu grande preconceito dos médicos do local, visto que a classe era formada por maioria absoluta branca. Por ser negro foi contratado como faxineiro, mas como era um habilidoso cirurgião se colocou a frente de algumas cirurgias e era constantemente consultado por alunos que faziam residência no hospital, nas horas vagas ficava na biblioteca do Hospital pesquisando os atlas do corpo humano e cardiologia.
Mas o brilho de Vivien tomou uma luz mais forte quando junto ao seu companheiro Dr Blalock realizaram a primeira cirurgia em um paciente com "síndrome do bebê azul", Vivien não pôde encostar no paciente durante a cirurgia, mas em cima de um banquinho dava instruções para outros médicos participantes que ali operavam, o procedimento foi um sucesso. Em um período que o coração era um órgão quase intocável pela medicina, a dupla conseguiu avanços significativos na cirurgia para a correção daTetralogia de Fallot, que matava muitos bebês anualmente.
Após a morte de Blalock em 1964, Vivien permaneceu no hospital por mais 15 anos, ainda com registro de faxineiro.Somente em 1976, Vivien foi condecorado com um título de Doutor Honorário.
No entanto, por não possuir graduação em medicina, recebeu um título de Doutor em Direito. O Cirurgião também foi nomeado para o corpo docente da Johns Hopkins Medical School como Instrutor de Cirurgia. Por falta de condições econômicas nunca se formou em medicina, mas se construiu como um dos principais nomes da história da cardiologia.
#pracegover foto em preto e branco mostra Vivien Thomas (homem negro) usando camisa branca e avental, encostado em um balcão , dentro de uma sala de cirurgia.
Texto - Joel Paviotti
Referências - nos comentários
Assinar:
Postagens (Atom)
Mão-pé-Boca
Nos últimos dias, percebo um pipoco nos casos de Doença mão-pé-boca. Pense numa doencinha chata, aperreio das famílias, dos pediatras e ain...
-
Seringas e Agulhas: Graduações e Calibres Você sabe quais são as seringas e agulhas que existem e suas indicações? Nesse artigo você...
-
Câncer e o ciclo celular Como o câncer pode ser ligado a reguladores positivos hiperativos do ciclo celular (oncogenes) ou regula...
-
oram realizados exames em um pequeno número de pacientes, considerados de alto risco, que mostraram disfunções no sistema de serotonina no ...